B3 acompanhou altas no pregão, mas ainda teve resultados semanais e mensais negativos

A sexta-feira (29) chega ao final com os preços internacionais do milho futuro contabilizando movimentações bastante positivas na Bolsa de Chicago (CBOT).
De acordo com a análise da Agrinvest, o movimento de alta de mais de 10 pontos nos primeiros vencimentos aconteceu impulsionado por rumores de compras de milho dos Estados Unidos pela China.
“A competitividade do milho norte-americano na Ásia sustenta a especulação”, destacam os analistas da consultoria.
A demanda internacional pelo milho dos EUA segue bastante aquecida e os bons números divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também atuaram para trazer suportes às cotações ao longo da semana.
No relatório de exportação do USDA de ontem, as vendas combinadas da safra antiga e da nova atingiram 81,6 milhões de bushels na semana encerrada em 21 de agosto. Esse valor está próximo ao limite superior das estimativas dos analistas, que variaram entre 39,4 milhões e 108,3 milhões de bushels. O México foi o principal destino, com 24,4 milhões de bushels, e as vendas acumuladas no ano comercial de 2024/25 atingiram 2,621 bilhões de bushels.
“Apesar das expectativas de uma safra recorde, os traders mantiveram o foco nas sessões recentes de demanda. O USDA relatou outra rodada sólida de vendas para exportação em seu último relatório na quinta-feira, o que ajudou os traders a se engajarem em uma rodada de compras técnicas durante o pregão”, aponta Ben Potter, analista do site internacional Farm Futures.
O relatório da Royal Rural acrescenta ainda que a CBOT estará fechada na próxima segunda-feira pelo Labor Day nos EUA, e isso concentrou os ajustes na sessão de hoje, deixando o mercado mais sensível a qualquer fluxo comprador.
“O volume negociado despencou para apenas 74 mil contratos, contra 350 mil no pregão anterior. Com liquidez tão curta, qualquer ordem ganha peso. Ao mesmo tempo, o USDA trouxe um número robusto de vendas externas: 2,089 milhões de toneladas, a terceira maior marca do ano, puxada por México, Colômbia e destinos “desconhecidos”. Esse dado serviu de gatilho para compras técnicas e deu sustentação ao rally”, explica o analista Ronaldo Fernandes.
O vencimento setembro/25 foi cotado a US$ 3,98 com valorização de 12,50 pontos, o dezembro/25 valeu US$ 4,20 com ganho de 10,25 pontos, o março/26 foi negociado por US$ 4,37 com elevação de 10,25 pontos e o maio/26 teve valor de US$ 4,47 com alta de 10 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (28), de 3,24% para o setembro/25, de 2,50% para o dezembro/25, de 2,40% para o março/26 e de 2,28% para o maio/26.
No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano registraram elevações de 2,51% para o setembro/25, de 2,13% para o dezembro/25, de 2,10% para o março/25 e de 2,05% para o maio/26, com relação ao fechamento da última sexta-feira (22).
Já no comparativo mensal, as posições do milho na CBOT acumularam ganhos de 1,02% para o setembro/25, de 1,57% para o dezembro/25, de 1,68% para o março/26 e de 1,59% para o maio/26, em comparação ao fechamento do dia 31 de julho.
Mercado Brasileiro
Os preços futuros do milho também tiveram uma sexta-feira de movimentações positivas registradas na Bolsa Brasileira (B3).
Segundo a análise da Agrinvest, as cotações do cereal brasileiro seguiram a força vinda do mercado internacional no pregão de hoje.
Outros fatores que influenciaram para as elevações no final da semana foram “a demanda mais firme voltada ao cenário internacional e a retenção de oferta por parte dos produtores, em meio a uma procura mais firme pelos consumidores, contribuíram para o avanço nos preços”, aponta a Safras Consultoria.
“De modo geral no cenário doméstico as negociações evoluíram muito pouco ao longo do mês, com os produtores acreditando que as cotações possam subir mais à frente. A colheita da safrinha está praticamente concluída no Brasil e o ritmo de negócios tende a ser ditado pelos produtores. Os consumidores, por sua vez, estão mais ativos nas consultas por lotes, mas efetivamente seguem avançando nas compras apenas de forma pontual, em meio ao cenário de preços elevados dos fretes para deslocamento do cereal a grandes distâncias”, acrescentam os analistas da SAFRAS.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
O vencimento setembro/25 foi cotado a R$ 65,45 com alta de 0,55%, o novembro/25 valeu R$ 69,55 com valorização de 0,80%, o janeiro/26 foi negociado por R$ 71,90 com elevação de 0,80% e o março/26 tinha valor de R$ 73,56 com ganho de 0,49%.
No acumulado da semana os contratos do cereal brasileiro registraram altas de 0,14% para o novembro/25 e de 0,40% para o janeiro/26, além de perdas de 0,98% para o setembro/25 e de 0,33% para o março/26, com relação ao fechamento da última sexta-feira (22).
Já no comparativo mensal, as posições do milho na B3 acumularam baixas de 1,93% para o setembro/25, de 1,1% para o janeiro/26 e de 2,17% para o março/26, além de ganho de 0,65% para o novembro/25, em comparação ao fechamento do dia 31 de julho.